Bibinho, ex-diretor da Alep, vira réu por lavagem de dinheiro na Operação Castor

 Bibinho, ex-diretor da Alep, vira réu por lavagem de dinheiro na Operação Castor

Gaeco cumpre mandados em propriedades rurais de Bibinho, ex-diretor da Alep, para investigar ocultação de valores

A Justiça aceitou mais uma denúncia contra o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) Abib Miguel, conhecido como Bibinho, por lavagem de dinheiro. Outros cinco denunciados também viraram réus na ação.

A denúncia foi apresentada à Justiça mais de três anos depois da operação que ficou conhecida como “Castor”, um desdobramento do caso dos Diários Secretos, que revelou desvios milionários na Assembleia Legislativa por meio da contratação de funcionários fantasmas.

Operação Castor investigou, em 2017, Abib Miguel por suspeita de comprar fazendas no interior do estado para lavar dinheiro desviado da Alep.

As propriedades rurais de Bibinho em Rio Azul, região central do estado, foram sequestradas pela Justiça em 2014, para garantir que o dinheiro voltasse aos cofres do estado.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) acusou o ex-diretor de usar o nome de laranjas para extrair madeira de forma ilegal das propriedades bloqueadas e ficar com parte do dinheiro.

Com as áreas bloqueadas, Bibinho não poderia ter feito nenhuma movimentação sem a autorização da Justiça. Contudo, de acordo com os promotores, o ex-diretor da Alep obteve lucro com a extração de madeira nas fazendas sequestradas pela Justiça no interior do Paraná.

O dinheiro sujo é desviado. Eu pego esse dinheiro, compro as áreas em nome próprio ou de terceiros para dissimular mais ainda, invisto nessa área porque essa produção demanda investimento e eu tenho esse capital. Cresce a madeira, ou a produção que seja, e depois eu vejo essa madeira. Então, aquele meu dinheiro que começou de desvio de verbas públicas, no final vai entrar para mim como uma venda de madeira”, explicou Felipe Lamarão, promotor do Gaeco.

O ex-diretor da Alep foi condenado em primeira instância a 255 anos de prisão pela Operação Argonautas, um outro desdobramento dos Diários Secretos.

Atualmente, Bibinho está preso preventivamente no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A defesa de Bibinho disse que não vai se manifestar.

Do G1 Paraná