Gaeco cumpre mandados de busca e apreensão em duas operações em Ponta Grossa para apurar crimes com possível envolvimento de policiais
Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, o Ministério Público do Paraná deflagrou duas operações nesta sexta-feira, 23 de abril, com o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão. Ambas as ações são conduzidas pelo núcleo local do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPPR, e estão relacionadas a crimes cometidos com o possível envolvimento de policiais militares.
Na Operação Trojan, que trata de suposto homicídio qualificado praticado por policiais militares, são cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados em Ponta Grossa. A investigação teve início em Castro, para apurar as condições de um confronto armado ocorrido em 26 de junho de 2016 em Carambeí (município da comarca), quando um homem teria sido morto após reagir a uma abordagem policial. No curso das investigações, entretanto, verificou-se que ele teria saído de casa para um encontro amoroso com uma mulher após contato por meio de uma rede social. Análise dos dados telemáticos obtidos judicialmente indicaram que se tratava de um perfil falso, supostamente criado por um policial militar com o objetivo de atrair a vítima até o local onde houve o enfrentamento que terminou em morte.
Os mandados foram expedidos pela Vara Criminal de Castro e buscam obter mais informações sobre o deslocamento da vítima até o local e as circunstâncias em que se deu o confronto.
Extorsão – Na Operação Amicis II, que investiga possível crime de extorsão supostamente praticado por policiais militares, em maio de 2020, contra pessoas suspeitas de cometerem fraudes bancárias pela internet, é cumprido um mandado de busca e apreensão. Trata-se da segunda fase da operação – a primeira culminou na prisão em flagrante de dois PMs pelo crime de concussão, em 10 de junho de 2020.
As provas obtidas após essas primeiras prisões trouxeram indícios de que os policiais teriam obtido vantagem indevida dos criminosos em outras ocasiões, além de apontarem a possível participação de outro policial nos ilícitos. A segunda fase da operação busca, assim, verificar se o PM alvo do mandado também participou da extorsão – o denunciante afirma que os policiais teriam se apropriado de R$ 2.074,00 que estavam em seu veículo. A ordem judicial foi expedida pela Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual e também é cumprida em Ponta Grossa.