Prefeito preso com R$ 500 mil financiaria atos de 7 de setembro

 Prefeito preso com R$ 500 mil financiaria atos de 7 de setembro

Prefeito Gilmar João Alba (PSL), conhecido como “GRINGO’, do Município de Cerro Grande do Sul (RS), cidade com 12 mil habitantes, que fica a 117 quilômetros da capital porto Alegre

CPI da Covid vincula dinheiro apreendido com prefeito a atos do 7 de Setembro

PF encontra R$ 500 mil em bagagem de Gilmar João Alba, de Cerro Grande do Sul; para senadores, dinheiro teria como finalidade financiar manifestações em apoio a Bolsonaro

BRASÍLIA – A cúpula da CPI da Covid vai pedir que a Polícia Federal apure se R$ 500 mil encontrados escondido na bagagem do prefeito Gilmar João Alba (PSL), conhecido como “GRINGO’, do Município de Cerro Grande do Sul (RS), cidade com 12 mil habitantes, que fica a 117 quilômetros da capital Porto Alegre, teriam como finalidade financiar atos de apoio ao governo federal. De acordo com os senadores, há indícios de que o montante seria levado a Brasília para bancar a manifestação promovida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro. Alba é aliado de Bolsonaro.

A Polícia Federal apreendeu o dinheiro escondido em caixas de papelão na bagagem de mão do prefeito, na quinta-feira, 26, em São Paulo. O dinheiro foi encontrado durante a inspeção por Raio-x. De acordo com a PF, ao ser abordado, o prefeito disse, inicialmente, que não sabia o valor total transportado. Na sequência, teria dito aos policiais que carregava R$ 1,4 milhão.

As suspeitas foram levantadas pelo senador Humberto Costa (PT-PE) durante a reunião da CPI nesta quarta-feira, 1. A comissão vai acionar o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura o financiamento de atos antidemocráticos, para investigar a manifestação do dia 7. Bolsonaro tem atuado pessoalmente para incentivar os atos no feriado, inclusive com ataques ao Supremo.

Esses recursos que foram apreendidos, que têm indícios fortíssimos, indícios, eu estou falando, que seriam utilizados aqui para financiar esse movimento. Isso não é um caso isolado. Isso pode estar acontecendo em vários locais porque a mobilização é clara, a gente sabe que isso não é de graça“, afirmou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), no início da reunião do colegiado.

O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), apontou para indícios “fortíssimos” da vinculação entre o dinheiro e as manifestações. “Isso é algo que precisa ser rapidamente investigado, até para desestimular que práticas iguais a essa ocorram em detrimento do interesse nacional, em função dessa circunstância toda que nós estamos vivendo no Brasil“, disse o parlamentar.

Procurado, o prefeito atendeu ao telefone e informou que vai se manifestar “no dia 14, na Câmara de Vereadores em Cerro Grande do Sul, às 15h”. “Estou com as portas abertas para receber todos. Tchau e uma boa tarde”, disse, desligando em seguida. (Terra.com)

Prefeito preso com R$ 500 mil financiaria atos de 7 de setembro

Presidente Omar Aziz (PSD/AM) vai encaminhar ao ministro Alexandre de Moraes a denúncia sobre a suspeita de financiamento das manifestações

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD/AM), disse na sessão desta quarta-feira (1°) que vai encaminhar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, uma denúncia sobre a suspeita de financiamento de atos em apoio ao governo federal previstos para o próximo dia 7 de setembro em todo o país. 

Os indícios são muito fortes de que eram para financiar o dia 7 de setembro, nessa manifestação que terá. São indícios e nós iremos encaminhar às autoridades competentes que estão investigando esse fato. Me estranha um prefeito do interior do Rio Grande do Sul com uma quantidade tão grande de dinheiro sendo detido pela Polícia Federal. A Polícia Federal fez o papel dela, deteve, abriu um inquérito, mas é preciso acompanhar isso de perto e saber realmente quais eram as verdadeiras intenções do prefeito“, disse Aziz.

A denúncia foi feita pelo senador Humberto Costa (PT/PE) que levantou a hipótese de que o prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba (PSL), preso na última quinta-feira (26), estivesse financiando os atos. 

Na última quinta-feira, o prefeito da cidade de Cerro Grande do Sul, no Rio Grande do Sul, foi flagrado no aeroporto de Congonhas (SP) com R$ 505 mil tentando trazer esse recurso para Brasília. Esse prefeito, segundo as informações que tivemos, viria de São Paulo para Brasília em um avião fretado, imaginando que não tivesse o controle da Polícia Federal pelo fato de o voo ser fretado, ele passou com esse montante de dinheiro e foi detido”, disse o senador.

Ainda segundo o senador, o prefeito disse à Polícia Federal que o valor total seria R$ 1,5 milhão, mas com ele só foi encontrado 1/3 do valor. “Provavelmente, outras pessoas que iriam pegar o avião estavam com o restante e todos os indícios são de que esses recursos seriam para financiar esse ato contra a democracia do dia 7 de setembro“, completou.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP), a denúncia é grave e precisa ser investigada. “Essa informação dá conta do financiamento de crimes contra a ordem democrática e contra o estado democrático de Direito que devem ocorrer nos próximos dias. Então, é urgente o encaminhamento, a partir da notícia do fato que estamos tendo nesse momento na Comissão Parlamentar de Inquérito, aos cuidados do ministro Alexandre de Moraes para a tomada de todas as providências“, disse. 

Como se não bastasse o preço do feijão a quase R$ 14, o preço da gasolina a R$ 7, o preço do gás de cozinha R$ 120, uma crise hídrica de enormes proporções, a energia elétrica tendo sido reajustada em 50% ontem, agora a gente está diante de fatos de financiamento de dinheiro público sendo utilizado para conspirar e criar um clima de maior instabilidade no Brasil“, completou Randolfe.

No mesmo sentido, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) endossou que há fortes indícios de que o dinheiro seria utilizado para financiar os atos de 7 de setembro. “Há indícios fortes e fortíssimos de vinculação direta e pessoal do prefeito com um dos coordenadores do movimento do dia 7 de setembro. Isso é algo que precisa ser rapidamente investigado até para desestimular que práticas iguais a essas ocorram em detrimento do interesse nacional, em função dessa circunstância toda que nós estamos vivendo no Brasil”, disse o relator da CPI.

No próximo dia 7 de setembro, ocorrerão atos em apoio ao governo federal em todo o país. Em visita à Minas Gerais na última terça-feira (31), Bolsonaro convocou os brasileiros a saírem às ruas de todo o país por uma “nova independência” do Brasil. Ele próprio deve participar dos atos que acontecerão em Brasília e em São Paulo. (O Tempo.Com)