Vereador de Guarapuava exonera assessor citado em operação do Gaeco e diz desconhecer envolvimento dele com crimes

O vereador Cristóvão da Cruz, divulgou uma nota à imprensa na tarde desta terça-feira (3) informando que determinou a imediata exoneração de seu assessor parlamentar, Jean Carlos Pereira de Campos.
O assessor foi citado na Operação Rota 466, deflagrada nesta manhã pelo Gaeco, que investiga crimes cometidos por policiais rodoviários estaduais no trecho entre Guarapuava e Pitanga.
Segundo o parlamentar, ele desconhecia qualquer conduta irregular praticada por Jean Carlos fora do exercício de suas funções e fora do horário de trabalho, especialmente no que diz respeito aos fatos investigados pela operação.
“Não compactuo, sob nenhuma hipótese, com condutas que contrariem a legalidade, a ética e o interesse público”, declarou o vereador na nota oficial.
A Operação Rota 466 cumpriu 29 mandados de busca e apreensão e um de busca pessoal em 10 cidades paranaenses.
O Gaeco apura crimes de concussão, organização criminosa e lavagem de ativos envolvendo policiais militares rodoviários. Entre os alvos, estão pessoas acusadas de facilitar ou participar do saque de cargas tombadas na Rodovia PRC-466.
A exoneração do assessor já foi oficializada junto à Câmara de Vereadores de Guarapuava.
O Ministério Público do Paraná, por meio da unidade do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Guarapuava, deflagrou nesta terça-feira (3) a Operação Rota 466, que apura a prática de concussão, organização criminosa e lavagem de dinheiro por policiais militares rodoviários lotados no posto da Polícia Rodoviária Estadual de Guarapuava.
Foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e um de busca pessoal em dez municípios: Guarapuava, São José dos Pinhais, Prudentópolis, Pitanga, Laranjeiras do Sul, Ponta Grossa, Mauá da Serra, Cascavel, Pinhão e Manoel Ribas. A operação contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Paraná e teve ordens expedidas pela Vara da Auditoria da Justiça Militar.
Durante o cumprimento das medidas, duas pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de armas e munições. Foram apreendidos ainda cerca de R$ 37 mil em dinheiro, dois veículos, celulares e outros equipamentos eletrônicos. Oito policiais militares foram afastados das funções operacionais, com recolhimento de seus armamentos e fardamento.
Esquema de propina e envolvimento com saqueadores
As investigações apontam que os policiais atuavam irregularmente na PR-466, entre Guarapuava e Pitanga, abordando motoristas que cometeram infrações e exigindo propinas para não autuá-los. Os valores cobrados variavam entre R$ 150 e R$ 5 mil. Em um único dia, segundo o MP, a conta bancária de um dos laranjas chegou a receber sete transferências ligadas aos pagamentos ilegais.
Além disso, o Gaeco identificou que os mesmos agentes mantinham associação com saqueadores e receptadores de cargas tombadas. Em alguns casos, mesmo após chegarem ao local do acidente, os policiais permitiam que os produtos fossem levados pelos criminosos. Um dos investigados é assessor de vereador de Guarapuava.
O promotor de Justiça Pedro Henrique Brazão Papaiz, responsável pela operação, destacou que as medidas visam desarticular a estrutura criminosa e resgatar a confiança da população nas instituições de segurança. O material apreendido passará por perícia e as investigações seguem em andamento.