Ex-vereadora de Araucária denunciada por “rachadinha” é condenada a mais de sete anos de reclusão e pagamento de multa

 Ex-vereadora de Araucária denunciada por “rachadinha” é condenada a mais de sete anos de reclusão e pagamento de multa

Uma ex-vereadora de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi condenada a 7 anos, 3 meses e 17 dias de reclusão e ao pagamento de 80 dias-multa pelo crime de concussão. A ex-parlamentar, da legislatura 2013-2016, foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná pela prática de “rachadinha”.

Entre o final de 2018 e o início de 2019, as Promotorias de Justiça de Araucária ofereceram dez denúncias contra vereadores e assessores parlamentares da legislatura de 2013-2016, em consequência das investigações da primeira fase (batizada de “Mensalinho) da Operação Sinecuras. Os réus foram denunciados pela prática dos crimes de organização/associação criminosa, concussão e lavagem de dinheiro. Essa foi a primeira sentença proferida para um caso de “rachadinha” a partir das denúncias oferecidas no âmbito da operação.

O “mensalinho” consistiu em um acordo, feito pelo alto escalão do Executivo com membros do Legislativo Municipal, para estabelecer um esquema de corrupção institucionalizada na administração pública de Araucária naquele período. Conforme apurou o MPPR, o então prefeito, para assegurar a aprovação de projetos de lei de seu interesse, bem como evitar eventual instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pagava mensalmente R$ 10 mil a cada vereador, além de lhes conceder cargos em comissão no Executivo para pessoas indicadas por eles.

Com a deflagração da operação, em abril de 2018, foram ouvidas dezenas das pessoas indicadas a ocuparem cargos comissionados no Executivo, sendo que 22 delas confirmaram que, além de serem indicadas pelos vereadores para assumirem os cargos, eram obrigadas a repassar uma porcentagem mensal de seus ganhos, bem como demais benefícios (férias, rescisão, auxílio-alimentação e restituição do Imposto de Renda), chegando algumas delas a entregar mais de 70% do salário, sob pena de demissão caso não o fizessem.

Processo número 0012764-92.2018.8.16.0025.

Veja notícias anteriores referentes à Operação Sinecuras:

29/10/2020 – Vereador de Araucária e ex-chefe de gabinete denunciados pelo Ministério Público do Paraná são condenados por obstrução à justiça

03/04/2019 – Vereador de Araucária é preso no âmbito da Operação Sinecuras, que investiga corrupção institucionalizada na administração do município

18/12/18 – MPPR denuncia nove ex-vereadores e vereadores de Araucária investigados por associação criminosa, concussão e lavagem de dinheiro

19/07/18 – Ação conjunta do Gaeco e da Polícia Militar resulta em prisão de ex-vereador de Araucária investigado na fase Mensalinho da Operação Sinecuras

16/07/18 – Investigado na Operação Sinecuras é condenado por obstrução à justiça

24/05/18 – Preso na Operação Sinecuras, ex-presidente da Câmara Municipal de Araucária tem pedido de liberdade negado pelo STJ

15/05/18 – Gaeco prende investigado na Operação Sinecuras, que apura crimes cometidos em Araucária e já levou à prisão vários políticos da cidade

13/04/18 – Mais três pessoas são presas em decorrência da Operação Sinecuras, que investiga crimes com envolvimento de políticos de Araucária

05/04/18 – Operação Sinecuras cumpre 21 mandados de prisão em Araucária

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